Sorriso. Este é que deviam ter escolhido
no dia de teu batismo para teu nome
é de sorriso que enche-se o mundo
ao toque profundo do teu sorrir comedido
Sorriso. É que eu perco na tua profundeza
vendo-te quieta num outro canto
em pranto a esconder as tuas lágrimas
carregadas da mais profunda tristeza
Sorriso. Eu queria poder te desenhar
num desenho na nuvem branca
só para franca poder vivê-la
tê-la feliz meninando-se no ar
Sorriso. Vem e não deixes mais
passar um só dia sem nela estar
Flores. Corrijai os pecados
pois é nela que vos perfumais
Luís Eduardo, 13-12-2013, 0h30.
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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
hoje
hoje
hoje
eu senti saudades tuas
eu revi aquelas tardes
de risadas puras nuas
sem tristeza ou alarde
mas até a alma sua
se fogo-amor invade
agora
sinto no meu peito, arde
como em carne crua
fico sem trejeito, acabe
o que de dois fez uma
este meu jeito, alarde
e que só tu bem sabes
a receber uma carícia tua
luisinho, 23h21 de 130-12-2013
hoje
eu senti saudades tuas
eu revi aquelas tardes
de risadas puras nuas
sem tristeza ou alarde
mas até a alma sua
se fogo-amor invade
agora
sinto no meu peito, arde
como em carne crua
fico sem trejeito, acabe
o que de dois fez uma
este meu jeito, alarde
e que só tu bem sabes
a receber uma carícia tua
luisinho, 23h21 de 130-12-2013
fosse
fosse você
fosses tu outra moça
eu te perguntaria
e se um desses dias
um beijo meu à força?
ah! te daria!
e tu ? reagirias?
ai! meus dias
oh! minhas noites!
longe de ti, linda
parecem mais açoites
a machucar ainda
este pobre padecer!
e eu? a perecer?
oh! não quero dores
quero amanhecer
quero flores, perfumes,
teus aromas, tuas cores,
quero sentir teu ser
depressa, me aprumes
e nós? nos unes?
ei! não nos soltemos
ao vento norte
reconheçamos como foi
forte
este nosso caso acaso
de sorte
pois se nem a morte
sequer nos assustou
vem! vejamos nós
juntos outra vez
a sós
para que ninguém
de novo, povo
diga
que nao é amor
este belo frio gostoso
na barriga
luís eduardo, 23h39 de 13-12-2013
fosses tu outra moça
eu te perguntaria
e se um desses dias
um beijo meu à força?
ah! te daria!
e tu ? reagirias?
ai! meus dias
oh! minhas noites!
longe de ti, linda
parecem mais açoites
a machucar ainda
este pobre padecer!
e eu? a perecer?
oh! não quero dores
quero amanhecer
quero flores, perfumes,
teus aromas, tuas cores,
quero sentir teu ser
depressa, me aprumes
e nós? nos unes?
ei! não nos soltemos
ao vento norte
reconheçamos como foi
forte
este nosso caso acaso
de sorte
pois se nem a morte
sequer nos assustou
vem! vejamos nós
juntos outra vez
a sós
para que ninguém
de novo, povo
diga
que nao é amor
este belo frio gostoso
na barriga
luís eduardo, 23h39 de 13-12-2013
Véspera de apartação
Véspera de apartação
Essas noites que antecedem separações, essas que não nos trazem sono, não nos deixam concentrar em qualquer atividade, deveriam ser banidas do imaginário humano, especialmente de certos humanos abobalhados como eu. Penso que ficaríamos menos bobos, mas apenas um pouco, se nos fosse retirada cavalheirescamente do limbo do imaginário inconsciente a ideia incontrolável de perda que carregamos, tantos nas perdas mesmo, quanto nas separações às vezes provisórias.
As noites citadas anteriormente parecem banhadas de uma neblina incansável de aroma melancólico, carregadora de uma cor de coisa perdida, como se o que nos pertence não nos pertencesse, embora permanecesse sob a nossa sensação de tutela e, ademais, distante de nosso controle.
Como essas noites, as sensações que as acompanham deixam um gosto amargo de solidão acompanhada, sabe? Aquela que você acredita ser fantasma, mas lhe causa o mesmo estrago da verdadeira. Dessas eu gosto menos, porque a danada é mentirosa, todavia nos remete um sentido de verdade, num paradoxo que não conseguimos desmascarar.
Gostaria que as pessoas não morressem. Ou, pelo menos, que suas partidas fossem menos trágicas. Que pudéssemos assistir suas subidas de alma como se acompanha um balão ao céu.
Gostaria, também, que os bons não nos deixassem, nem para serem mais que bons em outras terras, pelas suas próprias pernas, por suas próprias vidas. Por que razão o separar é um bem? Quem determinou que os que se acolhem mutuamente não o podem para sempre?
Quem inventou saudade? Por favor, pare de suas invenções. Elas não são bem vindas.
Devo estar sendo egoísta, percebo. Mas não admito-o. Nem o admitirei. Nem mais o citarei. Envolvo-me agora num manto de domínio que me faz pensar que as pessoas que nos fazem bem são inseparáveis. Não as permitirei ao longe. Seu lugar é aqui, ao lado, fortalecendo o laço que em nós se amarrou e apertou-se a cada sorriso, a cada raiva… a cada canto, com cada um dos encantos… Mas a força da correnteza do rio da vida é tão forte quanto insondável. Ele não se permite desviar. Ele não perdoa demoras. Ele não tolera o titubear.
Largo-me. Fraquejo.
Mas nem venha pedir-me que não chore. A lágrima já caiu.
Luís Eduardo , 13-12-2013, à 0h16
Essas noites que antecedem separações, essas que não nos trazem sono, não nos deixam concentrar em qualquer atividade, deveriam ser banidas do imaginário humano, especialmente de certos humanos abobalhados como eu. Penso que ficaríamos menos bobos, mas apenas um pouco, se nos fosse retirada cavalheirescamente do limbo do imaginário inconsciente a ideia incontrolável de perda que carregamos, tantos nas perdas mesmo, quanto nas separações às vezes provisórias.
As noites citadas anteriormente parecem banhadas de uma neblina incansável de aroma melancólico, carregadora de uma cor de coisa perdida, como se o que nos pertence não nos pertencesse, embora permanecesse sob a nossa sensação de tutela e, ademais, distante de nosso controle.
Como essas noites, as sensações que as acompanham deixam um gosto amargo de solidão acompanhada, sabe? Aquela que você acredita ser fantasma, mas lhe causa o mesmo estrago da verdadeira. Dessas eu gosto menos, porque a danada é mentirosa, todavia nos remete um sentido de verdade, num paradoxo que não conseguimos desmascarar.
Gostaria que as pessoas não morressem. Ou, pelo menos, que suas partidas fossem menos trágicas. Que pudéssemos assistir suas subidas de alma como se acompanha um balão ao céu.
Gostaria, também, que os bons não nos deixassem, nem para serem mais que bons em outras terras, pelas suas próprias pernas, por suas próprias vidas. Por que razão o separar é um bem? Quem determinou que os que se acolhem mutuamente não o podem para sempre?
Quem inventou saudade? Por favor, pare de suas invenções. Elas não são bem vindas.
Devo estar sendo egoísta, percebo. Mas não admito-o. Nem o admitirei. Nem mais o citarei. Envolvo-me agora num manto de domínio que me faz pensar que as pessoas que nos fazem bem são inseparáveis. Não as permitirei ao longe. Seu lugar é aqui, ao lado, fortalecendo o laço que em nós se amarrou e apertou-se a cada sorriso, a cada raiva… a cada canto, com cada um dos encantos… Mas a força da correnteza do rio da vida é tão forte quanto insondável. Ele não se permite desviar. Ele não perdoa demoras. Ele não tolera o titubear.
Largo-me. Fraquejo.
Mas nem venha pedir-me que não chore. A lágrima já caiu.
Luís Eduardo , 13-12-2013, à 0h16
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
"Meretrimento"
Vivemos no desenvolvimento
alguém
sem merecimento
outrem
sem avivamento
Vivemos no aculturamento
alguns
sem visão
outros
sem concepção
Vivem no acomodamento
alguém
com preguiça
outro
que nem se atiça
Vivem, vivemos
será?
Até quando assim
pereceremos?
Até quando assim
desexistiremos?
Desexistência incompetente
Incompetência desexistente
Infinitamente curtos
Jovens, com cabeças velhas
Curtindo adoidado?
Curtidas , bombadas
Coitado!
prisioneiros do nada, vida desavivada
personagem desavisada da própria história
persona sem glória, penúria glorificada
idólatra do vazio, mente esvaziada
vidas marcadas por marcas compradas
fanzines fedorentos, magazines do aluxuriamento
luxúria sem teto, riqueza sem veto
pobreza infinita, vida maldita
e a alma ainda grita
QUERO VIVER
alguém
sem merecimento
outrem
sem avivamento
Vivemos no aculturamento
alguns
sem visão
outros
sem concepção
Vivem no acomodamento
alguém
com preguiça
outro
que nem se atiça
Vivem, vivemos
será?
Até quando assim
pereceremos?
Até quando assim
desexistiremos?
Desexistência incompetente
Incompetência desexistente
Infinitamente curtos
Jovens, com cabeças velhas
Curtindo adoidado?
Curtidas , bombadas
Coitado!
prisioneiros do nada, vida desavivada
personagem desavisada da própria história
persona sem glória, penúria glorificada
idólatra do vazio, mente esvaziada
vidas marcadas por marcas compradas
fanzines fedorentos, magazines do aluxuriamento
luxúria sem teto, riqueza sem veto
pobreza infinita, vida maldita
e a alma ainda grita
QUERO VIVER
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Seres somos
Seres humanos
Tu és?
Tantos planos
projetos, vagamos
Nossas conversas
Dúvidas humanas
Tantas perguntas
pouquíssimas respostas
Mas somos nós
Tentamos desatar o nó
da nossa cabeça
porque somos cabeças
que pensam, que refletem,
avaliam, investem
Isso é, de verdade, ser
Isso é o que sou
o que somos, fomos, seremos
Felizes, não atores
nem atrizes
Mas verdadeiros diretores
do grande teatro
da nossa própria vida
Luís Eduardo - 04-12-2013
Tu és?
Tantos planos
projetos, vagamos
Nossas conversas
Dúvidas humanas
Tantas perguntas
pouquíssimas respostas
Mas somos nós
Tentamos desatar o nó
da nossa cabeça
porque somos cabeças
que pensam, que refletem,
avaliam, investem
Isso é, de verdade, ser
Isso é o que sou
o que somos, fomos, seremos
Felizes, não atores
nem atrizes
Mas verdadeiros diretores
do grande teatro
da nossa própria vida
Luís Eduardo - 04-12-2013
Que hacer?
O que fazer,
se os fatos nos deixam impotentes?
O que dizer
para alguém assim,
que se fez tão importante?
Nada a fazer
a não ser abraçar
Nada a dizer
porque palavras suficientes,
significantes não há
que possam dizer um A
do alfabeto sentimental
que construído foi
a partir do primeiro oi
daquele encontro inaugural
Nada, nada a temer
pois desta constelação
sempre seremos
uns babás, outros bebês,
mas todos no coração
marcados de serenos
Da galáxia que construímos
sempre serenos, seremos
sóis, luas, estrelas, lunáticos, aluados
porém, para sempre, lado a lado
Prof. Luís Eduardo - 04-12-2013, na EREM Corsina.
se os fatos nos deixam impotentes?
O que dizer
para alguém assim,
que se fez tão importante?
Nada a fazer
a não ser abraçar
Nada a dizer
porque palavras suficientes,
significantes não há
que possam dizer um A
do alfabeto sentimental
que construído foi
a partir do primeiro oi
daquele encontro inaugural
Nada, nada a temer
pois desta constelação
sempre seremos
uns babás, outros bebês,
mas todos no coração
marcados de serenos
Da galáxia que construímos
sempre serenos, seremos
sóis, luas, estrelas, lunáticos, aluados
porém, para sempre, lado a lado
Prof. Luís Eduardo - 04-12-2013, na EREM Corsina.
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
FERA
Fera -
Um sambentense arretado compôs certa feita que "a solidão é fere, a solidão devora"… Realmente, a solidão é agressiva como uma fera. Corrosiva, " comedora faminta", como um ácido, e sua fome-acidez machuca, chega a devorar a disposição e a alegria da pessoa, desanimando o solitário.
Mas, prefiro pensar no trecho seguinte: "é amiga das horas, prima-irmã do tempo". Um ser que estranhamente devora é também um ser amigo-primo-irmão. Sentimento paradoxal, a solidão nos traz uma oportunidade escassa nestes conturbados tempos ditos modernos. Uma oportunidade com uma encruzilhada curiosa. Você pode decidir entre a corrosão devoradora e a amizade para o passar das horas.
Eu não sei você - escreva seu texto para expressar seu pensamento - mas prefiro a estrada que me leva à solidão amiga-irmã do meu pensamento, da minha criatividade, do meu processo de criação. No silêncio e pelo silêncio e para o silêncio eu penso, reflito, produzo. Em silêncio eu melhoro, reajo pacificamente às mazelas. Interfiro com meu pensamento em todas as guerras, das domésticas às mundiais, passando pelas dos vizinhos.
Estou só agora. Ouço passos. Ouço grilos e pernilongos. Quereria ouvir passarinhos e ronronar de gatos amantes em telhados.
Estou só agora. Ouço ao longe duas canções distintas - uma de uma igreja, quem sabe… Ouço também meu televisor a dizer coisas vãs, fazendo-me a companhia que pedi, ao apertar seu botão ON que desejara ser o OFF do resto das coisas ao meu redor. Quase ouço minha própria respiração. Mais do que ouvir, chego a sentir o momento, este instante único que não ressuscitará em minhas memórias. Isto é quase mágica, milagre. E isto só se dá em razão de estar só, com tempo para calar e refletir.
Refletindo, quero lembrar as oportunidades que temos de permanecer em e no silêncio. Muito poucas. Corremos e trabalhamos mais que refletimos. Quero sempre nesta análise usar o verbo refletir em vez de fazer uso de pensar. Quero dizer refletir sobre mim mesmo, refletirmos sobre nós, refletir em mim e nós as reações a partir das ações dos outros. Refletir sobre o mundinho ao nosso redor, sobre o mundo mesmo. Sobre o nosso pequeno universo e o Universo.
Será que não está faltando solidão para que o ser humano dê mais valor á companhia? Será que é porque hoje há tantos meios de comunicação, tanta facilidade em se comunicar que falta a felicidade de se comunicar?
Luís Eduardo, madrugada de 02-09-2013.
Um sambentense arretado compôs certa feita que "a solidão é fere, a solidão devora"… Realmente, a solidão é agressiva como uma fera. Corrosiva, " comedora faminta", como um ácido, e sua fome-acidez machuca, chega a devorar a disposição e a alegria da pessoa, desanimando o solitário.
Mas, prefiro pensar no trecho seguinte: "é amiga das horas, prima-irmã do tempo". Um ser que estranhamente devora é também um ser amigo-primo-irmão. Sentimento paradoxal, a solidão nos traz uma oportunidade escassa nestes conturbados tempos ditos modernos. Uma oportunidade com uma encruzilhada curiosa. Você pode decidir entre a corrosão devoradora e a amizade para o passar das horas.
Eu não sei você - escreva seu texto para expressar seu pensamento - mas prefiro a estrada que me leva à solidão amiga-irmã do meu pensamento, da minha criatividade, do meu processo de criação. No silêncio e pelo silêncio e para o silêncio eu penso, reflito, produzo. Em silêncio eu melhoro, reajo pacificamente às mazelas. Interfiro com meu pensamento em todas as guerras, das domésticas às mundiais, passando pelas dos vizinhos.
Estou só agora. Ouço passos. Ouço grilos e pernilongos. Quereria ouvir passarinhos e ronronar de gatos amantes em telhados.
Estou só agora. Ouço ao longe duas canções distintas - uma de uma igreja, quem sabe… Ouço também meu televisor a dizer coisas vãs, fazendo-me a companhia que pedi, ao apertar seu botão ON que desejara ser o OFF do resto das coisas ao meu redor. Quase ouço minha própria respiração. Mais do que ouvir, chego a sentir o momento, este instante único que não ressuscitará em minhas memórias. Isto é quase mágica, milagre. E isto só se dá em razão de estar só, com tempo para calar e refletir.
Refletindo, quero lembrar as oportunidades que temos de permanecer em e no silêncio. Muito poucas. Corremos e trabalhamos mais que refletimos. Quero sempre nesta análise usar o verbo refletir em vez de fazer uso de pensar. Quero dizer refletir sobre mim mesmo, refletirmos sobre nós, refletir em mim e nós as reações a partir das ações dos outros. Refletir sobre o mundinho ao nosso redor, sobre o mundo mesmo. Sobre o nosso pequeno universo e o Universo.
Será que não está faltando solidão para que o ser humano dê mais valor á companhia? Será que é porque hoje há tantos meios de comunicação, tanta facilidade em se comunicar que falta a felicidade de se comunicar?
Luís Eduardo, madrugada de 02-09-2013.
domingo, 25 de agosto de 2013
Forte ser - lição da água
Forte ser
Mandaram-nos parar de olhar, com os olhos mesmo, e para de falar. Confesso que atendi mais a primeira.
Uma voz meiga fez-nos parar e ouvir, e falou de sonhos, e falou de luz, sabedoria e convivência, e pessoas, e escola.
Essa mesma voz inspirou-me. Na verdade, a dona da voz inspira.
Parei, ouvi, refleti. Não sonhei. Parei de sonhar faz um tempo. Porém, viajei. Viajei outras paisagens. Viajei outras formas.
Tomei corpo diferente: IMAGINEI-ME ÁGUA. E se eu ia ser água, precisaria decidir-me onde ia ser água.
Pensei em ser fonte; fonte de água cristalina, a jorrar de um belo elevado natural, banhado pelos ventos, acompanhado de aves e seus ninhos e filhotes. Que belo quadro! Entretanto, a fonte limita-se a jorrar sempre no exato lugar, está presa, imóvel, também inatingível, distante. E aí não gostei.
Melhor ser riacho. Aquele mesmo formado a partir da fonte, aquele fio d'água bem fino que se eleva se ajeita entre rochas e terra e se escorrega e se desliza. E envia frescor mesmo fino para quem se embebe em suas margens. E faz florescer em suas margens plantas e flores.
Parei para pensar que riacho se detém em sua pequenez e não alça voos mais longos, maiores. Riacho é criatura acanhada!
Melhor ser rio. Rio é mais longo, mais largo… Rio é mais "amostrado"?
Respondo: Não. Rio parece ser mais consciente da grandeza que carrega… Margens longas onde a natureza floresce sem precisar semeador ou cultivador, nem mesmo um regador… Pedras nem precisam ser destruídas para serem superadas (como alguns humanos desumanos fazem com outros). Elas podem ser desviadas, sinuosamente, assim como alguns poucos humanos humanos fazem, com outros humanos, às vezes, nem muito humanos, ou fazem com as barreiras que as ações/reações criam no cotidiano tresloucado da vida moderna. Não quebremos o muro que surge, nos ensina o rio, se podemos atalhar ou pular.
Mas rio é grande na hora da morte. É, na hora da morte. Rio morre, sabia não? E não é a morte da seca ou da poluição. Embora essas também sejam mortes, e mortes tristes, convenhamos. Nem aquela morte que os homens fabricaram com uma represa que apara o rio, faz o bichinho se prender numa água parada. Não. Falo da morte morte que o rio tem quando chega ao fim de sua estrada, a via vida que percorreu com pouca ajuda e muito atrapalho. Quando chega ao seu fim, o rio não se apequena, não se amiúda, não se acanha… Ele, ao contrário, se enobrece, engrandece, agiganta-se fantasticamente e se entrega, se deleita no berço de um mar. Mais, de um oceano. E se derrama com maestria àquele que sabe fazer muito mais, criar muito mais vida e alegria, porque aprendeu a congregar o que os outros - fonte, riacho e rio - aprenderam e acumularam em suas experiências de vida com singela força e nobre fraqueza.
Uma lição das águas.
Luís Eduardo de Almeida - Minha casa só, em 25 de agosto de 2013, 11h37min.
Mandaram-nos parar de olhar, com os olhos mesmo, e para de falar. Confesso que atendi mais a primeira.
Uma voz meiga fez-nos parar e ouvir, e falou de sonhos, e falou de luz, sabedoria e convivência, e pessoas, e escola.
Essa mesma voz inspirou-me. Na verdade, a dona da voz inspira.
Parei, ouvi, refleti. Não sonhei. Parei de sonhar faz um tempo. Porém, viajei. Viajei outras paisagens. Viajei outras formas.
Tomei corpo diferente: IMAGINEI-ME ÁGUA. E se eu ia ser água, precisaria decidir-me onde ia ser água.
Pensei em ser fonte; fonte de água cristalina, a jorrar de um belo elevado natural, banhado pelos ventos, acompanhado de aves e seus ninhos e filhotes. Que belo quadro! Entretanto, a fonte limita-se a jorrar sempre no exato lugar, está presa, imóvel, também inatingível, distante. E aí não gostei.
Melhor ser riacho. Aquele mesmo formado a partir da fonte, aquele fio d'água bem fino que se eleva se ajeita entre rochas e terra e se escorrega e se desliza. E envia frescor mesmo fino para quem se embebe em suas margens. E faz florescer em suas margens plantas e flores.
Parei para pensar que riacho se detém em sua pequenez e não alça voos mais longos, maiores. Riacho é criatura acanhada!
Melhor ser rio. Rio é mais longo, mais largo… Rio é mais "amostrado"?
Respondo: Não. Rio parece ser mais consciente da grandeza que carrega… Margens longas onde a natureza floresce sem precisar semeador ou cultivador, nem mesmo um regador… Pedras nem precisam ser destruídas para serem superadas (como alguns humanos desumanos fazem com outros). Elas podem ser desviadas, sinuosamente, assim como alguns poucos humanos humanos fazem, com outros humanos, às vezes, nem muito humanos, ou fazem com as barreiras que as ações/reações criam no cotidiano tresloucado da vida moderna. Não quebremos o muro que surge, nos ensina o rio, se podemos atalhar ou pular.
Mas rio é grande na hora da morte. É, na hora da morte. Rio morre, sabia não? E não é a morte da seca ou da poluição. Embora essas também sejam mortes, e mortes tristes, convenhamos. Nem aquela morte que os homens fabricaram com uma represa que apara o rio, faz o bichinho se prender numa água parada. Não. Falo da morte morte que o rio tem quando chega ao fim de sua estrada, a via vida que percorreu com pouca ajuda e muito atrapalho. Quando chega ao seu fim, o rio não se apequena, não se amiúda, não se acanha… Ele, ao contrário, se enobrece, engrandece, agiganta-se fantasticamente e se entrega, se deleita no berço de um mar. Mais, de um oceano. E se derrama com maestria àquele que sabe fazer muito mais, criar muito mais vida e alegria, porque aprendeu a congregar o que os outros - fonte, riacho e rio - aprenderam e acumularam em suas experiências de vida com singela força e nobre fraqueza.
Uma lição das águas.
Luís Eduardo de Almeida - Minha casa só, em 25 de agosto de 2013, 11h37min.
domingo, 18 de agosto de 2013
Poema arretado de um cachoeirinhense
Sou de Cachoeirinha PE.
J. Norinaldo.
Ser de Cachoeirinha não é para um qualquer,
e sim para gente de fibra que se orgulha do que é.
"Mesmo estando em São Paulo No Rio ou em Portugal,
Não diz ser pernambucano nascido na Capital,
Não esquece seus amigos por mais modestos que sejam
E beijam sua bandeira agradecidos por tudo.
É lindo ver um cachoeirinhense bradar na Quinta Avenida,
Que a Rua Samaritana é a sua preferida,
Olhar a Ponte do Brooklin e chamá-la de pinguela,
Por que sua ponte velha continua ser mais bela,
A outra pode ser grande, mas não brinquei embaixo dela.
Eu te amo Cachoeirinha, mesmo tendo vindo embora,
Mas acredita em alguém que até quando feliz chora,
Com saudades do Agreste e do azul do teu céu,
Do aboio vaqueiro , do nosso queijo de coalho
E daquele sarapatel,
Sem esquecer que se hoje poeta sou,
Devo tudo a esse amor
E a Poesia de Cordel.
Posso até viver distante,
Mas jamais te abandono,
Em pensamento ai passo a primavera o inverno,
O verão e o outono;
E quero estar em teu chão Cachoeirinha...
Para o derradeiro sono."
terça-feira, 18 de junho de 2013
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Continuar - Continuo no ar
Uma lâmina trespassará teu coração
É na noite que os meus sonhos desmoronam
Na madrugada o pensamento me devora
Então é chegada a hora
Para o teu colo eu vou voltar
Deus, meu Deus, eu não quero te deixar
Continuando a ser profeta
Quero levar uma vida reta
Vem e me ensina a caminhar
no teu solo
no teu solo, Senhor
Vou... continuar como profeta do amor
Sou... operário na vinha do Senhor
Devo ser o adorador
E só Deus é meu mentor
O que posso mais querer?
Luís - 10-06-2009.
É na noite que os meus sonhos desmoronam
Na madrugada o pensamento me devora
Então é chegada a hora
Para o teu colo eu vou voltar
Deus, meu Deus, eu não quero te deixar
Continuando a ser profeta
Quero levar uma vida reta
Vem e me ensina a caminhar
no teu solo
no teu solo, Senhor
Vou... continuar como profeta do amor
Sou... operário na vinha do Senhor
Devo ser o adorador
E só Deus é meu mentor
O que posso mais querer?
Luís - 10-06-2009.
luz no fim?
É na escuridão da noite, `as vezes, no silêncio e solidão de uma madrugada que teima em não deixar o sono vir, que Deus mais está presente. Silencioso. Observando. Como o bom amigo que é.
E Ele espera pacientemente que não nos entreguemos `a tristeza, porque ela pode virar angústia, quando imaginamos que muito pouco podemos fazer.
E a angústia, quando nos ocupa, dá-nos a sensação de que o tempo está terminando e ainda há muito a realizar. Isso é desepero! Não podemos ficar aí. O desepero é a horta do demônio. O desespero é o solo fértil do fim da fé. Não podemos ficar aí.
Precisamos ouvir melhor os sinais naturais que se chegam a nós. Precisamos ver os humanos anjos ao nosso redor.
Deus não falou comigo. Por isso, ainda estou vivo. Um anjo não me trouxe uma proposta do céu enquanto eu rezava. Não vi ninguém de lá do céu.
Meu Deus, nosso Deus, de uma maneira muito sutil que só Ele pode fazer, semeia uma lembrança, uma imagem da família, uma vitória alcançada na hora que parecia tudo desabar. Ele trabalha no imponderável. Deus luta em nosso lugar quando desistimos da batalha. Quando parece que os últimos fios de cabelo da cabeça cairão pelas preocupações exageradas com o dia de amanhã, Deus os está penteando, escovando, preparando para que, ao acordarmos, tenhamos no espelho a imagem e semelhança daquele que é e sempre será O SENHOR DOS EXÉRCITOS, O TODO-PODEROSO... O Deus dos impossíveis.
"Eli, Eli, sabacta mi!"
Luís - 10-06-2009, 0h52min.
E Ele espera pacientemente que não nos entreguemos `a tristeza, porque ela pode virar angústia, quando imaginamos que muito pouco podemos fazer.
E a angústia, quando nos ocupa, dá-nos a sensação de que o tempo está terminando e ainda há muito a realizar. Isso é desepero! Não podemos ficar aí. O desepero é a horta do demônio. O desespero é o solo fértil do fim da fé. Não podemos ficar aí.
Precisamos ouvir melhor os sinais naturais que se chegam a nós. Precisamos ver os humanos anjos ao nosso redor.
Deus não falou comigo. Por isso, ainda estou vivo. Um anjo não me trouxe uma proposta do céu enquanto eu rezava. Não vi ninguém de lá do céu.
Meu Deus, nosso Deus, de uma maneira muito sutil que só Ele pode fazer, semeia uma lembrança, uma imagem da família, uma vitória alcançada na hora que parecia tudo desabar. Ele trabalha no imponderável. Deus luta em nosso lugar quando desistimos da batalha. Quando parece que os últimos fios de cabelo da cabeça cairão pelas preocupações exageradas com o dia de amanhã, Deus os está penteando, escovando, preparando para que, ao acordarmos, tenhamos no espelho a imagem e semelhança daquele que é e sempre será O SENHOR DOS EXÉRCITOS, O TODO-PODEROSO... O Deus dos impossíveis.
"Eli, Eli, sabacta mi!"
Luís - 10-06-2009, 0h52min.
LABIRINTO
Labirinto
Deslizar na vida, escorregar nas palavras
Enfeitar de adjetivos nossas falas
Escutar melhor é só sentir
Não mencionar nossas falhas
Somente viver o agora e o aqui
Prender no coração pra não deixar partir
Chorar nas horas do que depois se ri
Dessa essência que se chama viver
Querer levar o que é melhor de ti
Guardar feliz sem qualquer porquê
Sorrir de graça sem precisar um quê
Ao estar ao lado com todo o prazer
Esta vida bela há de reconhecer
Toda a alegria que significa beber
O bálsamo embriagante que é você
Não vivo quando minto
O que sinto em meu peito
Quando quero eu grito:
Nesta tela da vida fui feito
Por tudo de bom que sinto
Luís - 31-04-2012
domingo, 6 de janeiro de 2013
Exclamemoz!
Exclamemoz!
O ponto de exclamação é algo tão fútil para a sociedade, tão renegado ao planos dos sem-importância, dando-se tão pouco ou nenhum valor ao "bichinho" que chega a ser injusto o tratamento dado a algo essencial, fundamental para expressar nossos sentimentos (positivos e negativos). Também, o mundo dos humanos anda tão frígido, sem emoções, afeiçoado ao robótico, ao "maquinoumano". A era da tecnologia parece até ter conseguido algo além da inserção da sociedade num mundo recheado de desenvolvimento tecnológico: parece ter transformado homens em máquinas.
Mas por que falar de tecnologia se nosso assunto é pontuação? O prezado leitor perdoa-me as imerções em analogias meio filosóficas, entretanto os dois temas são interligados. Veja. Com o advento do computador pessoal, tornou-se comum demais escrever certas letras para exprimir emoção, como a risada - rsrsrsrsrs - e a gargalhada - kkkkkkkk. Observe que pouco se usa o ponto de exclamação nessas situações, que são basicamente a expressão de emoções e, portanto, exigem o sinal exclamativo. Não é? Que tempo seria perdido escrevendo um "ririririr!' ou "cacacacaca!" ? Pura perseguição ao pobre coitado do ponto. Bichinho! Com ponto de exclamação.
Mais. Os relacionamentos hoje são só virtuais e não reais, e os reais não se sustentam. POR QUÊ? Porque (porque assim junto mesmo) muitos casais nem usam mais o ponto falado para exprimir com mais emoção seus desejos e sentimentos. Se não, vejamos. Quem vê por aí algum bilhete ou cartão acompanhado de rosas com frases bem pontuadas? Na verdade, vemos uma saraivada de cartinhas de amor sem o ponto de exclamção e, assim, sem emoção. Quão lindo não seria ler uma SMS de marido para mulher:
"Vou ficar até mais tarde na empresa. O patrão quer um relatório. Mas, não esqueça: EU TE AMO! "
Talvez desconfiada de tal relatório a mulher pensaria em ligar para certificar-se, mas, derretida pela exclamação, se esbanjaria no sofá a contemplar tão linda mensagem. E no dia seguinte o texto serviria de fundamento para sentir-se e mostrar-se melhor para as amigas:
"Meu marido ontem escreveu que me ama, com exclamação e tudo." E as outras:
"Não! (com exclamação, é claro) O meu nunca usou exclamação comigo."
"O meu muito menos."
"Que lindo. Manda teu marido conversar com o meu."
Do contrário também é possível acontecer. "Você, desde os tempos do colégio, não coloca mais três exclamações nas SMS que me manda. Você mudou muito. O que é? Tem outra?"
Ou pior: "Nosso relacionamento não é mais o mesmo. Nossas mensagens de amor não carregam mais aquelas exclamações de antigamente. Sem exclamação não dá. Melhor eu e as crianças irmos morar com a mamãe por um tempo, até você repensar o uso da exclamação."
E aquelas amigas que se falam pelo bate-papo "wébico" sem "internetês", após tanto tempo sem se verem e abusam das emoções, sem dispensa das exclamações: "Como estás jovem!" "Você também!"
Quem sabem elas poderiam por mais emoção na conversa: "Que linda essa cor de cabelo!!!"
"O seu esmalte é que é lindo de morrer!!! Tô bege!!!" E haja emoção, e haja exclamção.
Mas do contrário também pode ser: "Lindona!!! Há quanto tempo!!!" "Você é que está ótima.!" E a primeira sai pensando na apatia com que foi recebida (sem exclamações)… E a amizade sem esvai… E a humanidade se esquece… E o mundo fica mais triste...
É. O mundo anda tão diferente!!!
cach 09-12-2012
Eu ainda quero ser feliz
Eu ainda quero ser feliz
Hoje uma estudante contou em alto e bom som, como tinha que ser, com firmeza de pensamento e voz, sem titubear ou piscar, de olhar fixo em mim, que já havia "perdido tempo demais" em sua vida por causa de seguir a opinião de outros, os quais se classificavam como amigos verdadeiros e familiares preocupados com sua felicidade.
O Homem aprende com um pouco de retardo que o conselho bom realmente deveria ser vendido, visto que sua raridade o encarece, comparável ao maior e mais raro diamante. Aconselhar parece fazer mais bem ao que aconselha do que ao aconselhado que o escuta e o segue.
Nossa personagem seguiu seus rumos baseando-se mais na decisão do outro, do próximo, do vizinho. `As vezes, ou quem sabe muitas vezes, somos os últimos a ser ouvidos para opinar sobre nossos passos, nossas caminhadas. Damos pouco ou nenhum ouvido a nós mesmos. Isso não precisa ser ruim, porém, precisa ser melhor di
No frigir dos ovos, ou na fritura das situações vívidas ainda na memória, experiências amargas da vida quente de nossos tempos, aprendeu que era melhor ter se dado ao luxo de tomar decisões baseadas em impulsos e emoções. Não tivesse seguido a racionalidade, a frieza tão apregoada por humanos sensatos, provavelmente não seria melhor sua vida, possivelmente não teria a oportunidade agora de dizer a alguns que estaria em situação bem mais abastada. Isso talvez não. Entretanto, teria a rara oportunidade, a ínfima possibilidade que poucos alcançam ao longo de uma existência. de poder dizer que foi livre de pensamento, que tomou a vias da vida que ponderou ser as que se aplicavam ao seu percurso, mesmo que depois se configurassem ou se revelassem ser as mais desastradas.
No entanto, isso não tornaria sua vida melhor. Então, por que o risco de arriscar seguir a emoção? De deixar passar a chance que pode parecer mais razoável? Que humanidade é essa que existe em um ser racional que o leva a deixar o razoável pelo imponderável? Pode um ser dotado de inteligência preferir a emoção ao raciocínio?
Para poder dizer a si mesmo, quando ninguém precisa ouvir, quando só o travesseiro é confessor e amigo de ouvido atento a não interromper a confissão, que foi livre de pensamento, que tomou a vias da vida que ponderou ser as que se aplicavam ao seu percurso, mesmo que depois se configurassem ou se revelassem ser as mais desastradas. Que foi verdadeiro e sincero consigo.
Você, corajoso leitor que se aventura em minhas pobres apalavradas linhas, pode dizer isto a si mesmo? Se pode, diga-o agora! Não pondere muito, senão atesta a inveracidade de sua resposta. Titubear neste caso, denota a falta de ou a parcial verdade.
Isso deve significar ser feliz! Isso deve garantir uma satisfação fantástica consigo. Aquele que aprendeu a ouvir e se ouvir, completou um estádio de maturação que poucos alcançam. Eu ainda sonho com isso! Eu ainda quero ser feliz.
cach 03-12-2012
A surpreendente raça humana
A surpreendente raça humana
Hoje recebi notícia de um ex-aluno que estudou EJA noturno faltando muito para poder trabalhar vendendo arreios de montaria na cidade ou em outros estados, cuja mãe veio pedir-me para justificar suas faltas em razão da necessidade de trabalhar, enfim, com todos os obstáculos que impedem uma notícia surpreendente, de cabeça raspadinha: passou no vestibular de Enfermagem e vai cursar.
Não é surpreendente?! Um aluno que mal passou nas carteiras escolares, que poucas vezes participou ativamente de uma aula minha ou de outro colega, que cursou no noturno, com idade avançada para a série e em classe de programa de correcão de fluxo, com colegas que dormiam cansados do dia estafante e comemoravam uma aula livre para ir dormir mais cedo. Uma coletânea de estudantes tão mista naquela sala, com tantas dificuldades ao longo dos estudos, com algumas deficiências em línguas e cálculos… Parecia que pouco se aproveitaria dali.
Este menino não é o único oriundo de classes e programas com essas características a ser aprovado em vestibulares ou concursos, nem será o último. O fato é que o humano tem um poder de superação que surpreende. O humano tem a fantástica sina de desdenhar do destino, das fatalidades… da vida.
O que se desenhou em mais uma pessoa que apenas terminaria o Ensino Médio para "cumprir tabela", voltar para casa com um canudo embaixo do braço para pendurar numa estante e ali receber poeira do tempo, não aspirar a muita coisa grandiosa nesta vida, acabou se transformando em esboço de uma rara pintura: a do poder da resiliência. Transformar o que parecia fracasso em sucesso, o que parecia ser um fim em um novo e grandioso começo.
Não é aconselhável a nós, pobres humanos metidos a intelectuais por ter uma vida acadêmica mediana, com algums cursos no currículo e talvez uma soberba embebida em falsa modéstia, querermos adivinhar, fazer cálculos pedagógicos, para tentar prever o futuro das pessoas. Não adianta ser científico. Muito menos adianta ser psicológico ou prático. Não compreendemos até onde vai a capacidade humana da incrível superação. Nem sequer saberemos a profundidade da perspectiva de uma vida humana. Não nos é permitido saber se alguém é ou será, irá ou virå, construirá ou destruirá. Cada ser humano tem a infinita capacidade de surpreender. Multidões decidiram que iriam surpreender negativamente. Entretanto e felizmente, algums seres humanos reservaram para o resto da humanidade a incrível feliz surpresa da volta por cima, da vitória na queda de braço com as adversidades.
A esses poucos seres humanos que decidiram pelo viés da positividade, do superar o difícil caminho das pedras, para esses, inclusive meu aluno, EU TIRO O MEU CHAPÉU COM PRAZER!
Cach 05-12-2012, 14h, na Corsina
sem título
INUSITADO
INUSITADO
EU ESTAVA SÓ
Amadurecendo minhas ideias, meus ideais
Você com seu jeitinho meigo, calmo,
amável demais
uma mistura inusitada, óleo e pó
e eu estava só
Mas sempre a vida
volta e meia, dá meia volta, vem e dá um nó
Chove você com atenção, silêncio e dó
É demasiado bom, querida
Se viver assim é ser feliz
eu descobri tão tarde
essa unção
eu sou pó na imensidão
Luminosidades
Luminosidades
Voa o tempo. Maturidade.
Mas eu não maturei...
- Professora!
- E aí, trabalhando? Casou? Tem filhos?
Vejo-me mãe preocupada com os amanhãs
dos filhos que um dia eu tive.
Tive momentos bons e momentos maus.
Tive frio, tremi.
Mas, tive, tenho, sempre terei
o calor de todas as gentes,
uns cometas, outros estrelas cadentes
iluminadores do céu da minha vida.
sábado, 5 de janeiro de 2013
MOra em mim
MORA EM MIM
Vini, vide, vencit
Vim, verde, vertido
Chego, olho, irrito
Espero demais, de mais de mim nos outros
E, no final, fica o dito pelo não dito.
E eu que queria ser expedito
Quero mudar meu nome, minha estrada.
Quero o tudo e o nada
Quero em tudo nadar
E nada, e ninguém é o que aparece.
Mas o céu atende minha prece
Tu, mulher,
É o que em mim mais enobrece
E nossa vivência nasce, cresce
Em Gaibu, outubro de 2010
Vini, vide, vencit
Vim, verde, vertido
Chego, olho, irrito
Espero demais, de mais de mim nos outros
E, no final, fica o dito pelo não dito.
E eu que queria ser expedito
Quero mudar meu nome, minha estrada.
Quero o tudo e o nada
Quero em tudo nadar
E nada, e ninguém é o que aparece.
Mas o céu atende minha prece
Tu, mulher,
É o que em mim mais enobrece
E nossa vivência nasce, cresce
Em Gaibu, outubro de 2010
Canção de outono
Canção de outono
Quando eu vejo as coisas reviradas no meu quarto
e ouço os motores de noite roncando no asfalto
eu sinto o vento das tuas palavras no ouvido
e lembro feliz como fui feliz nas tardes de domingo
Vejo que já me persegue um pranto
Mas nem pensar em sair deste estado de encanto
Por isso esbarro meu choro num canto
Assim eu entendo por que te gosto tanto
Por que te gosto tanto?
Pra que me gasto tanto?
Melhor é parar e ponto.
Mas eu cá desapontado me espanto
o teu amor me resolve, me envolve de pronto
já não sinto o mal, já me sinto bem
só contigo eu sou feliz, eu sou alguém
voltando
VOLTANDO
DIA DESSES RESOLVI PARAR
MAS DESCOBRI QUE O TEU AMOR ME ENVOLVE
EU OUVI QUE A TUA VOZ ME CHAMA
QUANTO AO PROBLEMA QUASE TUDO SE RESOLVE
A VIDA É SIMPLES PARA AQUELE QUE AMA
NESTE DIA RESOLVI VOLTAR
POIS EU SENTI QUE ME AQUECE TEU OLHAR
A TUA FACE A MIM TUDO ESCLERECE
SOLIDÃO EM MINHA VIDA JÁ NÃO HÁ
Ô, TRISTEZA, ENTÃO VÊ SE ME ESQUECE
HOJE EU QUERO CANTAR
HOJE EM DIA SÓ QUERO DANÇAR
lá rá rá lá lá
humanodependência
Eu dependo dos outros mais do que gostaria
Eu espero demais pelos outros a cada dia
Pois é na vida cotidiana que se fia
essa nossa coletiva música de pouca melodia
Em que pessoa é pouco franca e mais franquia
E o povo nem aceita ter um guia
Jesus hoje muito mais sofreria
Talvez nem o jumento fosse montaria
Quem sabe se um juiz o crucificaria
Com certeza, muitas mãos se lavariam
Luís Eduardo - julho de 2011.
Poema IDENTIDADE
Identidade
Na Corsina, estudando em outubro de 2012.
E quando eu penso que termina
minha identidade, meu projeto de mim mesmo
me reinvento, outros me inventam,
me atribuo, me atribuem
coisas que não sou, coisas que não tenho
Vejo-me, veem-me diferente do que fui
diferente, às vezes, do que sou
distante do que queria ser
Mas sei que vou, de todas as maneiras,
ser eu mesmo, ser de mim mesmo
procurando o que há de bom
tentando ser o melhor que posso ser
ou melhor que eu possa ver
Não são os outros, não serão as coisas
de fora, do mundo
não são os nãos
nem os negativos que creditados serão
Não serei eu formartado
viverei no que melhor for pensado
me relacionarei com o ótimo da vida
me banharei somente nas melhores gotas
mesmo que sejam lágrimas
mas que sejam bem derramadas
porque tudo em mim é forte
nada em mim é nada
pois não sou recorte
sou a melhor tela do artista-autor de toda vida criada.
Luís em 03julho2011, em casa.
Na Corsina, estudando em outubro de 2012.
E quando eu penso que termina
minha identidade, meu projeto de mim mesmo
me reinvento, outros me inventam,
me atribuo, me atribuem
coisas que não sou, coisas que não tenho
Vejo-me, veem-me diferente do que fui
diferente, às vezes, do que sou
distante do que queria ser
Mas sei que vou, de todas as maneiras,
ser eu mesmo, ser de mim mesmo
procurando o que há de bom
tentando ser o melhor que posso ser
ou melhor que eu possa ver
Não são os outros, não serão as coisas
de fora, do mundo
não são os nãos
nem os negativos que creditados serão
Não serei eu formartado
viverei no que melhor for pensado
me relacionarei com o ótimo da vida
me banharei somente nas melhores gotas
mesmo que sejam lágrimas
mas que sejam bem derramadas
porque tudo em mim é forte
nada em mim é nada
pois não sou recorte
sou a melhor tela do artista-autor de toda vida criada.
Luís em 03julho2011, em casa.
Humanidade abismada
Humanidade abismada
disseram-me certa vez e ainda vale no presente
que o ser humano inteligente extrapola a estupidez
penso em ser melhor pessoa, viver sempre em evolução
aproveitar qualquer ocasião para se extrair coisa boa
mas vendo gente intrigante que usa pouco o saber
e acaba sem ter para que retroagindo ao que era antes
estou falando de violência praticada e que acaba reproduzida
sem ver piora a vida e arrasta tudo ao abismo do nada
Luís Eduardo - julho de 2011.
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