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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

gente gente

saudades mesm'eu tenho daquele tempo
em que final de tarde era pra ficar no vento,
pescaria era programa de domingo,
de noite só novela e noticiário na televisão,
crediário se tinha na caderneta da venda,
a professora virava madrinha de primeira comunhão

e os sorrisos vinham espontâneos
não eram por etiqueta ou discrição
não me veja mal, entenda, é discussão

talvez eu esteja meio saudoso,
mas aquele era um tempo tão gostoso
e cheiroso era o pão que se comprava
naquele papel grosso marrom
escuro como este moderno tempo,
este grosso tom

e grosso mesmo era o papel de enrolar prego,
também sei ser grosseiro, não nego,
mas desejo mais gente boa inocente,
que percebe o cabra esperto que mente

porque tudo hoje é tão robô, tão carente,
parece faltar ar no ar e nos pulmões
pra gente respirar fundo e quebrar grilhões,
pois é preciso quebrantar corações
pra ter sangue mais vermelho,
gente mais gente que se olha no espelho
e vibra porque se sente feliz criatura
obra-prima de um deus autor de todas as invenções


Cachoeirinha, 10 nov 2010.


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