Pesquisar este blog

sábado, 23 de abril de 2016

tecnologia

eu teclando, ele teclado

eu navegando, ele parado

eu surfando, ele ceifado

eu ponderando, ele pensado

e nós vivemos estes dias sem viver

escravizados por quem devia nos servir

sequências

deito e durmo
e acordo e como
e mordo e ando
e sinto e falo e grito

e outro dia e outra noite
e outra tarde e outra manhã

e deito e não durmo
e não cordo e sem comer

ando e mordo-me
e o que sinto eu falo
não! eu grito

porque quero viver diferente

abril /2016

vivo...

Vivo…
Porque ainda me resta uma lágrima.
Porque na gota ainda respinga meu ser.
Porque chorar sou eu pálido.
Mas vivo.
Pois o choro não me enfraquece. Ele, sobretudo,
me exalta e me enobrece.
E lembro o quanto sou gente,
de carne e osso simplesmente.
Eu me fortaleço quando sou fraco
porque assim me salta na memória
o quanto sofri, o quanto sorri, o quanto me fiz,
o tanto que fiz pros outros.
Rememoro o quanto senti, o quanto emocionei,
o tanto de vezes que fui eu.

E esta vida me deve muito. E cobrarei.
Porque minha vida não foi pobre.
Porque minha luta foi brava.
Porque fui além do que podia ser.
Fiz o que não parecia poder.
Pude o quanto aguentei.
Suportei enquanto meu corpo era meu.

E meu corpo foi templo de uma alma singular.
Que neste mundo sua nobreza deixará.
Na memória daqueles que me viram.
E me admiraram.
E hoje me aplaudem.


Porque aprendi que tudo que faço é caminhar,
partirei, um dia, como quem caminha…
E viverei um novo começo.

Prof. Luís Eduardo

abril/2016
Aqui no frio do colchão vazio
Vadio a alma de meu interno cio
Intimo o ser de meu interior
Parte de mim sai sacrificador

Externo as calmas que esconderam um dia
Embebo os caldos que me banharam em pia

Em calmos tempos que esconderam guerras
Guerrearam filhos que aspiravam terras
Suspiraram medos de outroras eras
Fugiram pais para sem fins crateras


abril/2016

sons do ser filosofia

Sons do Ser filosofia


Sons na noite me afogam
na solidão do quarto
eu, com meu sexto sentido
ainda vivo a quinta hora vaga
  e divagando em vez de dormindo
  vou fingindo uma filosofia:

ser o primeiro é covardia…
ser último quem gostaria?

ser eu mesmo é utopia
ser sozinho me libertaria
ser junto me aprisionaria
ser o outro é melancolia

ser é foda hoje em dia!

abril/2016

meu desejo

Meu desejo

Eu queria por um instante ser nuvem

E vagar pelo seu céu com o vento
Ajudar a formar tempestade
E ser enchente 
E em cheio e na cheia molhar a terra

Acudir a quem tem pouca água
Compadecer de quem tem pouca fruta
Verdejar o que está muito cinza

Talvez assim o mundo veja a beleza rara
Assuma o líquido de ouro e prata
e veja a água

abril/2016

luz dá vida

Luz dá vida

Luz que me vem à mente
e não me ilumina
e me rodeia
e não me aquece
e me ofusca e
mas em seguida empalidece

E é meu brilho
e eu brilho pouco
e eu pouca estrela

E minha luz fraqueja
E faísca
E luzidia

…E se apaga

abril/2016

domingo, 17 de abril de 2016

Se houver

Se houver


Se houver mais fé na vida
se houver mais confiança no futuro
se houver mais esperança de dias melhores
se houvesse...

Se houver mais honestidade
se houver mais verdade
se houver mais responsabilidade
se houvesse...

Se houver mais publicidade
se houver mais igualdade
se houver mais fraternidade
se houvesse...

Se houver homens públicos com dignidade
se houver famílias unidas
se houver cidadãos atuantes

Se houvesse...

Bom, se houvesse eu não estaria escrevendo

Prof. Luís Eduardo
abril/2016

ávida

a vida haveria de ser mais viva

a vida deveria ser mais límpida

ávida, a vida seria mais dinâmica
e rica, e pura, e simples e menos sôfrega

e, assim, seríamos mais vivos
menos morte
teríamos mais sorte
e mais vida

Prof. Luís Eduardo
abril/2016



ela renova-se quando
miro um rosto puro de criança brincando
embora nela eu veja marcas de terra

ela aumenta quando
esta mesma criança me sorri
embora tenha caído e machucado

ela se fortalece quando
vejo crianças que se perdoam
e brincam após brigarem feio

ela se firma...
quando, sem me conhecer,
uma criança me abraça e chama de tio
e confia neste estranho com firmeza...

embora eu seja dúvida


Prof. Luís Eduardo
abril/2016

Ainda há Deus

Ah, Deus!
Oh, Deus!
Deus!
A Deus elevo-me
Em Deus confio
Para Ele volto-me
N'Ele espero
Por Ele clamo
A Ele exorto
D'Ele venho
Para Ele retorno

Deus, meu pai
e eu filho pródigo

prof. Luís Eduardo
abril/2016

sábado, 16 de abril de 2016

tarde

hoje o dia apesar de claro
mostrou-se rubro e escuro à tarde
e o mundo passa o dia sem alarde
sem ver a tristeza estampá-lo

hoje o sol amanheceu mais brilhante
mesmo assim seu brilho passou
a tarde se encheu de torpor
perdeu, da eternidade, um instante

e caminhei no meu dia sozinho
percursos que assombram meus dias
preferi a realidade às fantasias
na esperança de encontrar meu ninho

não vi a flor mais primaveril
quis as folhas caídas do outono
abracei a canseira do sono
quando a chuva do céu se abriu

não quis mais o sol, brilho estelar
esqueci os perfumes das flores
aplaquei com coragem minhas dores
e decidi que era de andar

...e andei


Prof. Luís Eduardo
16/04/2016



Olhar triste

olho a chuva e só vejo frio
sinto frio nas costas cansadas
canso a vista da pelejas amargas
amargor de boca sem sentir sabor

saborear já não é mais amor
amar é distante sonho
enfadonho é o esperar solução
solidão se avizinha da dor

Prof. Luís Eduardo

dias escuros

tem dias que o sentimento é maior que o tempo
há tempos que demoram a passar
há passados que não nos deixam caminhar
há caminhadas em que é preciso trotar

há um trote em cada gesto egoísta
há pistas que nos ensinam a amar

há amores que não cessam de machucar
há dores que ressoam no olhar

Prof. Luís

domingo, 10 de abril de 2016

LER

Ler me leva
Ler me lava
Ler me eleva
Ler me altiva
Ler me diva
Ler-me viva
Ler me ativa
Ler me aviva
Ler-me
Em vida, leia-me
Em morte, escreva-me
Em sonhos... sonho
Lendo, vejo o mundo, ganho as estrelas...
Lendo... sou livre e vivo.

Prof. Luís Eduardo - abril/2016

Comédia

Meu riso era mais riso, era abobalhado
por causa de meu passado inocente
eu, ingênuo sorridente,
com poder de jogar a tristeza de lado

O meu inocente reino ficou adulto
a minha força se voltou para labuta
minha sorte ficou menos fortuita
quando idade me deu salvo-conduto

O meu riso entristeceu de repente
e sem ele enrugou-se minha cara
gargalhada tornou-se joia rara
quando avisaram que eu
tinha virado gente

Prof. Luís Eduardo - abril/2016

A via

Havia uma lua de dia
Houve uma estrela de tarde
Havia um desejo que ardia
Houve uma paixão que'inda arde

Houve um desespero e deixei
Havia em mim um covarde
Houve um dia que lutei
Havia em nós mais vontade

Haverá para nós um futuro
Haverá no mundo um sonho
Oxalá dias menos duros
Quem dera livrar do medonho
Criar o reino dos puros
E não ver mais rosto tristonho

Prof. Luís Eduardo - Abril/2016

Longe

Longas distâncias percorri
no afã de algum chegar
Longas viagens eu fiz
na ilusão de algo mudar
Longos discursos ouvi
querendo a ideia trocar
Longas palavras refiz
iludindo-me no pensar
Longos dias eu vivi
e nem os vi direito passar
Longas noites escureci
e nada do sono reinar
De longo reino fui rei
nos sonhos acordados ao luar
Loucas luzes quebrei
sonhando de estrela brilhar

Prof. Luís Eduardo - abril/2016

terça-feira, 5 de abril de 2016

SEMENTE


SEMENTE

Semear, serenar, regar, aguar...
Cultivar

Um sorriso que venha
Um olhar que acalme
Uma ajuda que chegue
Uma mão que afague

Um respeito que inspire
Um ar que se respire
Uma lua que brilhe
Uma via que ladrilhe

Um amigo que ajuda
Um pai que acuda
Uma mãe que se esforce
Uma irmã que torce

Um mundo que sonhe
Um povo que lute
Um lugar que se salve

Prof. luís eduardo
abril de 2016