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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

bilhete ao infinito

queria escrever ao infinito
dizer o que um dia teria dito

e ele vacilante me escutaria
e seu peito de emoção tremeria

infinitar o que medroso não fiz
xeretar com meu intruso nariz

onde nunca cheguei
nem tampouco tentei

onde era eu objeto dos outros
requerença de meu interior
refazendo meu íntimo maior

Oh, infinito que um dia busquei!
Oh, lamentos que eu lastimei!

essa vida que amarga deixei
mostra outra face que agora pensei

esse nosso penoso caminho
abre suas portas a quem sozinho

busca-se firme no tremer  do dia
firma-se nobre no tecer calmaria



Prof. Luís Eduardo,
29-12-2015

CURVAS

Curvas

são curvas as dobras do corpo
são corpos as dobras do espaço
são opacos os corpos sem rumo
são aprumos os ajustes dos fracos
são barcos as gentes que me cercam
são cercas as perguntas que agridem
são agressões os olhares que invadem
são invasões os gestos violentos
são lentos os que só observam
são observadores aqueles que tentam
são tentadores os desejos mundanos
são menos humanos os que se dizem fortes

Prof. Luís Eduardo
29-12-2015

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Abro-me aos dias...

Abro-me aos dias...
movendo ao máximo,
parando o mínimo,
realizando o possível,
sonhando com o fantástico.

Prof. Luís Eduardo - maio de 2014

Acredito

Acredito que o ser humano pode ser melhor à medida que os outros enxergam mais suas possibilidades que seus erros.

Prof. Luís Eduardo - maio de 2014

Conhecer-se é

Conhecer-se é entender-se vivo e apto para frenéticas obras que revelam ora monotonias, ora maravilhas.

Prof. Luís Eduardo - maio de 2014

Sempre espero mais da vida

Sempre espero mais da vida e das pessoas. Enquanto a primeira surpreende, as pessoas frequentemente se mostram esperas frustrantes.

Prof. Luís Eduardo - outubro de 2014

NInguém deveria frear

Ninguém deveria frear a criatividade e o desejo do outro, porque a humanidade tem a invisível capacidade de surpreender.

Prof. Luís Eduardo - outubro de 2014

Minha vida e meu mundo

Minha vida e meu mundo só se efetivam aliando-se à vida e  ao mundo dos que me cercam.

Prof. Luís Eduardo - outubro de 2014

O meu querer

O meu querer deve ter a firmeza da rocha no rio que está pronta para abrir passagem às águas dos desejos de outrem.

Prof. Luís Eduardo - outubro de 2014

os presídios dos pensamentos

Os presídios dos pensamentos de uns deviam se abrir aos oceanos da criatividade.

Prof. Luís Eduardo - outubro de 2014

O sim e o não

O sim e o não devem ser o presente, enquanto o talvez deve estar longe das ideias e o sempre ladear a persistência.

Prof. Luís Eduardo - outubro de 2014

Nunca me peça para parar

Nunca me peça para parar, pois a intensidade do que realizo impede que as tempestades do dia a dia me afoguem.

Prof. Luís Eduardo - outubro de 2014

Eu nunca quis ser

Eu nunca quis ser muita coisa, mas eu sempre quero fazer mais.

Prof. Luís Eduardo - outubro de 2014

Saborear pessoas

Saborear uma carne, um peixe, um vinho, deveria se assemelhar a "saborear" uma pessoa, porque o sentido mais importante é o paladar da vida.

Prof. Luís Eduardo - outubro de 2014

Em tempos de redes sociais

Em tempos de redes sociais virtuais, como em tempos de guerra, afagos e outros contatos físicos são cada vez mais restritos aos poucos amigos.

Prof. Luís Eduardo - outubro de 2014

O cotidiano

O cotidiano tem-me provado a pouca capacidade do Homem de valorizar o simples e singelo, substituindo-o por pelo amargo complexo.

Parece muito fácil

Parece muito fácil a algumas pessoas delegar atribuições árduas a outras, sendo visível que o mesmo não as cumpriria.

Prof. Luís Eduardo - Outubro de 2014

Certas situações

Certas situações na vida tem-nos exigido RIR PRA NÃO CHORAR; entretanto, após algumas vivências amargas, nossos risos vêm recheados de lágrimas.

Prof. Luís Eduardo - Outubro de 2014.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

chama de vela apagada

um dia, quem diria
foi gostoso aquele gosto
foi intenso aquele senso
foi desejo aquele beijo
foi calor aquele furor

foi perfeita aquela festa
foi cordial aquele sinal
foi amar aquele olhar

foram-se os dias
trouxeram noites de agonia
trouxeram as cinzas de um véu
encheram de nuvens o céu

fizeram as mágoas acinzentarem
mudas as bocas a se calarem
mudos os lábios a se evitarem
mudos os que testemunharem

miúdos foram os culpados
mundos foram derribados
muitos os sensibilizados
e nós
enfim, separados

Prof. Luís Eduardo, 17-08-2015

domingo, 16 de agosto de 2015

Se Deus me ouvisse

Algum amigo já disse-me que Deus, que limitou a inteligência e as capacidades físicas, devia ter limitado a burrice. E hoje parece que os homens modernos estão numa saga incansável para provar que isto é verdade.

Prof. Luís Eduardo, 16-08-2015

Mente vã

A mente humana é preciosa demais para que se ocupe com tão numerosa e intensamente memórias e emoções negativas, muitas carregadas de mágoa profunda, que  aceleram o natural processo de morte a que estamos sujeitos.


Prof. Luís Eduardo, 16-08-2015

Ilusão humana

Tola a humanidade que se baseia em fúteis ações de dia e recolhe-se às frustrações à noite.
Chegará a data na qual a tolice sufocará o tolo.

Prof. Luís Eduardo, 16-08-2015

Felizes?

Quem dera fôssemos realmente felizes como queremos parecer a quem nos vê sorrir.

Prof. Luís Eduardo, 16-08-2015, 20h56

Autopseudopsicoanálise

Vejo-em e não me entendo
Curto-me, mas repreendo-me
Reprimo-me a contento
Retenho-me a contenda

Revejo-me e não me encontro
Reencontro em mim um tonto
Tonteiam-me ideias e ideais
Tento ser eu com um pouco mais

E nada a me satisfazer...

E tudo isso vem de uma vez...
E se esvai minha altivez
Como que em queda brusca
Meu pouco brilho se ofusca

E tudo é indagação...

E nada disso reavivanão tão intensamente
a  chama viva
que um dia ardeu
em meu peito flamejante
aquele amor que me fez ser eu

Prof. Luís Eduardo, 16-08-2015, 22h55

Desejo de sumir

Um pedaço de pizza
Um cachorro a latir
Um ser humano a ganir

Um barulho na esquina
Um frio na espinha
Um desejo de sumir

Vida moderna que se oferta
A quem dela queira beber
É porta quase aberta
A quem deseja morrer

É o vai-e-vem das horas
de quem solitário se vê
e anseia em ir embora
e estancar a veia do sofrer

Prof. Luís Eduardo, 16-08-2015, 20h41

Mágoa de chuva

tempos invernosos
esses de hoje em dia
dias frios tenebrosos
noites sem a devida companhia

tantos invernos
esses dias sem luz
noites sem lua
gélidas como nunca supus

tento primaveras
mas me vêm outonos

tento flores
magoam-me espinhos

tento sorrisos...
espelho de lágrimas

ainda tento a vida
embora me sorria a morte

Prof. Luís Eduardo, 16-08-2015, 20h

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O mundo não me entende

A cama que eu deito
deita em mim
e me abraça e me prende

A cama que eu quero
quer-me assim
e me afaga e me rende

A cama em que sofro
é cama carmim
me mata e surpreende

A cama sou eu
quando vejo
que o mundo não me entende...

e eu deito e rolo e ínsono
deliro acordado como quem pragueja
vejo-me num mundo sem mim
e desejo que agora ele seja
um mundo de graça infinita enfim

dormir além

Cama que aflora
aquela que acalma
minh'alma em canção

Amiga que abraça
aquele que dorme
em meio à mansidão

A calma que traz
fiel e inocente
gente em ebulição

Clama a gente
meio dormente
na inquietação

Chama que aquece
como quem esquece
sua obrigação

Mundo que chama
 e duro conclama
para ser ação

É preciso ser forte
rumar ao norte
e ser repetição

Levanta da cama
que o mundo te chama
Vai, sem-noção!

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Lutar bravamente contra toda enxurrada de opostos que assolam o universo da minha mente imensidão
Sou eu que não quero, sem forças, ser o ser que me machuca e me faz ser diferente.

Força!

Sou um que desfaço
sou eterna mudança
sou dança e mutação
sou éter que amansa
sou eterna canção

Sou o que abraço
no passo contente
sou o que eu faço
sou satisfação
sou eternamente
na imensidão

Sou ser que aflora
na vasta visão
sou vasto de ideia
sou constelação

Sei ser brava fera
ser constipação
sei contravenção
ser outra esfera
ser nova feição

Mas sou confiança
na vida fluição
sou um que avança
na via da contramão

Prof. Luís, 31-07-2015

Amizais


Amizades... são ventos que sopram
umas vão... outras voltam
umas vãs... outras manhãs
umas noites.... outros dias
umas belas mudas companhias
umas malas... outras melancolia
umas verdes... outras amadureceria
umas velas... outra escura e fria
umas minhas...
outra...
jamais seria

muitas vagas... muitas guias
moitas ralas... matas sombrias
mortas várias... vidas sem via
vias mortalhas... matas caía
vais enxergá-las... marca se fia
vou esperá-la... por cada dia
vem enterrá-la... fiel morria

Prof. Luís
30-07-2015, 0h42 de uma quinta-feira feia

domingo, 7 de junho de 2015

Tempo de seguir

É tempo de seguir
sem tempo pra parar
Por que é sempre assim?

Não temos que esperar
Nem devemos demorar
Como à espera do fim

Pra quem espera, fim não há

Pra quem morre, paz a chegar

Pra quem fica... tentar

Chove à tarde

Sempre que a chuva demora
reclama-se do calor
do suor, do torpor
reclama-se do que for

Quando chove a qualquer hora
quando molha-se ao redor
mesmo diminuído calor
reclama-se do que encharcou

Gente sã age insanamente 
Mente vã grita simplesmente

Sempre é tempo de chover
sempre é bom o alvorecer
sempre bem vindo o entardecer
sempre bom bem viver

Chuva, vento, temporal
vozes, medo, vendaval

Uma tarde é muito tempo sozinho
Na chuva é mais escuro o caminho

Prof. Luís Eduardo

Cach, 07-06-2015


terça-feira, 26 de maio de 2015

Pensamentos

Deve haver em algum lugar de nossa mente um botão liga-desliga para que possamos descansar da problemática cotidiana que tanto nos aborrece.

Madrugada minha

Se a madrugada não foi feita para mim, sinto-me usurpador do direito de exclusividade, do qual usufruo com exageros.

domingo, 3 de maio de 2015

Dever, deveria, deveras

Eu devia ter vindo antes.
Eu deveria ter ficado mais.
Você devia ter visto melhor.
O outro deveria provar que é capaz.

Ninguém podia criticar o insucesso.
Multidão inteira devia ter calado.
Alguém devia ter visto meu progresso.
Todos devíamos ver o outro lado.
Ambos pensariam melhor juntos.
Nós somos melhores que os outros.
Outros deviam ficar em seus cantos.
Encantos não ditos ficam roucos.

Devíamos viajar pelo mundo.
Devemos sempre querer profundo.
Devemos e quase nunca pagamos.
Pagamos por nosso pensar insano.

Prof. Luís 16/11/2014

Eu, no fim

Eu, no fim



cobrarei do céu
um dia
uns dias mais felizes
que deviam ter vindo
que esperei e nunca chegaram
pois quando chegaram
ceguei na espera
angustiei na janela
escorreguei na porta

vi pouco o que importa
importei pouco do que vi
exportei pouco do que fiz

desci na ladeira da vida
como quem escorrega
na lama da entrega

Prof. Luís Eduardo, 16/11/2014

MODERNO EGOÍSMO

MODERNO EGOÍSMO


falta é o que faz
as vezes que fizemos diálogo
dialogamos nosso íntimo
intimamos nosso ego

egocentricamente agimos
falta que faz o doar-se
faz-se e não se entoa

a toa ficaremos
num futuro próximo
neste mundo
que desaproxima

oh, vida longa!

Oh, vida longa!

longevidade devia aparecer
para quem merece mais tempo
de viver banhado sedento,
desejoso de mais  viver

temporalidade, mestra ferrenha,
vem à tona banhando meu cais,
tornando-me marujo fulgás
da maré da vida já prenha

e nasce o rebento herdeiro
de um mundo-chama, fagueiro
que busca a felicidade vã
a cada novo amanhã

e tempo descobre o luzeiro
do relógio da vida certeiro
que demonstra a vida mais sã
depois de cada nova manhã

Um dia amargo

Um dia amargo

Um dia amargo
parece ser mais forte
que a dor fina do corte
na carne o mais profundo

Um dia no mundo
parece ser mais frio
que o cotidiano vazio
do solitário a caminhar

Um dia com sol a queimar
parece ser mais insuportável
que o fogo imensurável
do mais profundo inferno

Um dia de terno
parece ser mais agonizante
que o pequenino instante
da traição mais fiel

E a vida se traduz cruel
pelos mares salgados de agonia
do viver triste sem companhia

Prof. Luís Eduardo, 01-12-2014, 21h19

FALTA

FALTA

FALTA QUE FAZ
FALTA QUE FEZ
FALTA QUE FAZES

FAZES O QUE FIZESTE
FIZESTE ÀS VEZES
FOMOS FERAS FEROZES

FOSTE PRA NÃO VOLTAR

Morte moderna - à Cachoeirinha contemporânea

Morte moderna

O que hoje és nem sei
O que fazem de ti nem sabes
O que dirão os novos não sabem

O que tiveste perdi
O que perdemos nem tive
O que lembram esqueci

Tu hoje mais moderna
Cachoeirinha meio jazz
A Cachô ficou pra trás

Presente sem cheiro de passado
Como suco fraco meio aguado
Futuro brilho meio condenado

Bares sem bodegas
Praças sem pracinhas
Ruas sem plaquinhas

O meu desejo me negas
Aquela saudosa ruinha
Modernamente ruía

Tecnologicamente avançada?
Troquemos o tudo pelo nada!
Cachoeirinha, jamais aguada,
morro contigo, amada.

Prof. Luís Eduardo - Aniversário da cidade de 2014.

Cachoeirinha, és tu?

Cachoeirinha, és tu?


Só tu, oh tu,
pedra querida
deste-me, ao chegar
minha vida

Vim a ti
pra não mais voltar
e mesmo que vá
ter-te em mim

Jamais esquecida
às vezes, mal amada

Mas, quando lembrada
trazes doce amizade
na minh’alma guardada

E assim és minha adorada
Torrão, terrinha,
Terreno puro
de minha vida paginada

Prof. Luís Eduardo - Aniversário da cidade em 2014.

A vista da cidade

A vista da cidade

A vista da cidade

Eu, criança,
tu, já moça,
e seduziste-me
à singeleza de tua força

Vi-te quando pequeno aqui cheguei
e o pouco de mim
a ti, Cachoeirinha, entreguei

O teu ar me envolveu
e eu nem quis,
mas me deixei envolver

O teu abraço me abraçou
que nem vi
em ti tanto bem-querer

E bem te vi,
Pássaro preto de meu jardim,
nas floradas do meu adolescer


Prof. Luís Eduardo - Aniversário da cidade de 2014 (16-12-2014 )

domingo, 29 de março de 2015

Vento

Vento
que vens me refrescar
que vens me assustar
que tentas me assanhar

Ventania
filha mais ingrata
a tanto maltrata
e espalha a mata


Tufão
pai forte a trombar
mão dura a deitar
cada árvore a deitar

é a vida em seus estágios
é a morte devagar
é a natureza a se mostrar

Se noite

Se a noite me ouvisse
seria mais luz no luar

Se a noite me atendesse
haveria mais estrelas lá

Se a noite mudasse
sem graça seria acordar

Se a noite morresse
morreria o mundo a chorar

Se a noite não fosse
mais negra a vida a penar

Todo dia

Todo dia parece que eu invento um jeito novo de deixar minha vivência cansativa.

Nunca - pensamento

Nunca é muito longe e muito perfeito para seres humanos que, mortais e errôneos, mudam de ideia tão facilmente.